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Melhores investimentos para o 2º semestre de 2023, segundo analistas

 Com o início do segundo semestre de 2023 à frente, muitos investidores se perguntam sobre onde aplicar seus recursos e quais os melhores investimentos para o período. É hora de migrar os ativos da carteira? Antes de descobrir quais as aplicações mais recomendadas por analistas, é importante entender o atual cenário macroeconômico no país e no mundo e quais as perspectivas para os próximos meses.


O que esperar do cenário econômico

Antes mesmo de começar, o ano de 2023 já se anunciava como uma ameaça para muitas empresas, diante de más previsões sobre a economia mundial e perspectivas para a inflação e alta de juros. Em muitas companhias, em especial entre big techs e startups, houve uma onda de demissão em massa de milhares de trabalhadores, em meio a um cenário de crédito e juros mais desfavorável para as empresas.


Desde o ano passado, já esperava-se um movimento de aumento global das taxas de juros, porque a inflação (de maneira geral, a desvalorização do dinheiro), tem estado em alta em diversos países e, por isso, houve a necessidade de elevar a taxa básica de juros (no Brasil, a taxa Selic) para controlá-la e amenizar seus impactos nos setores da economia e na população.


Com o início do segundo semestre de 2023 à frente, muitos investidores se perguntam sobre onde aplicar seus recursos e quais os melhores investimentos para o período. É hora de migrar os ativos da carteira? Antes de descobrir quais as aplicações mais recomendadas por analistas, é importante entender o atual cenário macroeconômico no país e no mundo e quais as perspectivas para os próximos meses. 



Crédito: Adobe Stock

Confira abaixo a opinião e as dicas de alguns especialistas consultados pelo InvestNews sobre a atual situação econômica e fiscal e quais as melhores oportunidades para obter maior rentabilidade na segunda metade do ano.


O que esperar do cenário econômico

Antes mesmo de começar, o ano de 2023 já se anunciava como uma ameaça para muitas empresas, diante de más previsões sobre a economia mundial e perspectivas para a inflação e alta de juros. Em muitas companhias, em especial entre big techs e startups, houve uma onda de demissão em massa de milhares de trabalhadores, em meio a um cenário de crédito e juros mais desfavorável para as empresas.


Desde o ano passado, já esperava-se um movimento de aumento global das taxas de juros, porque a inflação (de maneira geral, a desvalorização do dinheiro), tem estado em alta em diversos países e, por isso, houve a necessidade de elevar a taxa básica de juros (no Brasil, a taxa Selic) para controlá-la e amenizar seus impactos nos setores da economia e na população.


O ciclo de altas de juros (aperto monetário) iniciado em 2020, só foi interrompido pelo Federal Reserve (o BC norte-americano) no dia 14 de junho deste ano, após dados de inflação mostrarem uma desaceleração.


“Falando do cenário externo para o segundo semestre, o mercado estará monitorando a manutenção da taxa de juros do banco central americano, sem dúvida nenhuma. Vai buscar pistas, nas próximas reuniões, se continuará essa manutenção ou se terá uma elevação no segundo semestre. É o ponto mais importante no segundo semestre num cenário econômico global”.


BRUNO MADRUGA, SÓCIO E HEAD DE RENDA VARIÁVEL DA MONTE BRAVO INVESTIMENTOS.

O especialista também cita que o mercado estará de olho na ocorrência ou não de estímulos econômicos por parte do governo chinês, tendo em vista que já houve uma redução de projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) chinês para o ano de 2023. 


“Lá no início deste ano, havia uma grande expectativa de uma recuperação econômica chinesa. Na verdade, o mercado tem ficado um pouco receoso se exatamente isso vai acontecer, e estímulos por parte do governo chinês para a economia serão um ponto de atenção bastante relevante para o segundo semestre”, aponta. 


Já no Brasil, o boletim Focus publicado em 19 de junho pelo Banco Central apresentou pela 5ª semana semana  consecutiva uma redução da projeção da inflação para o final de 2023 após a queda do indicador em maio, caindo de 5,42% para 5,12%.


Embora não haja uma indicação precisa do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de quando haverá mesmo um corte na taxa Selic – atualmente na casa de dois dígitos, em 13,75% ao ano – analistas do mercado anteciparam para agosto a projeção para o primeiro corte da taxa Selic. A maioria dos economistas consultados pelo Focus já previa uma queda para 13,50% ao ano em agosto. Dessa forma, o mercado está mais confiante sobre uma diminuição da taxa em breve.

Melhores investimentos para o 2º semestre

Segundo Medeiros, da Matriz Capital, apesar do esperado retorno nos cortes da Selic no segundo semestre de 2023, o mercado ainda aposta na atratividade da renda fixa de curto prazo.


Para ele, o que o investidor, iniciante ou não, precisa priorizar no momento é a escolha de títulos que possuem liquidez (capacidade e velocidade de uma aplicação ser convertida em dinheiro), desse modo ele não ficará com seu capital preso a um único investimento, podendo tomar decisões rápidas e acompanhar a mudança do mercado.


Já Castro, da GT Capital, diz que, apesar de ser uma janela que está fechando, as melhores oportunidades de ganho estão nos investimentos de longo prazo atrelados ao IPCA, como o Tesouro IPCA + ou os títulos de crédito privado como CRA, CRI e debêntures.


“Estes investimentos pagam a variação da inflação e mais uma taxa pré-fixada, que atualmente estão em seus melhores níveis históricos, ou seja, uma boa oportunidade para garantir rentabilidades superiores às do mercado no futuro”, aponta.


O sócio da GT Capital diz que, para os investidores com pouco capital ou que estão começando, a recomendação é a mesma: aproveitar a oportunidade para “travar” as melhores taxas hoje, porém, com uma ressalva: priorizar o maior número possível de aportes nas suas reservas de emergência, pois com os juros ainda altos, o efeito da rentabilidade nos investimentos continua atrativo por um tempo e o acúmulo de capital será potencializado.


Renda fixa

Como dito anteriormente, em tempos de juros altos, é comum que os investidores mantenham-se com a renda fixa, no entanto, atualmente, o mercado prevê um cenário de queda dessa taxa adiante. 


Apesar disso, segundo Rodrigo Cohen, mesmo que os juros caiam gradativamente, a expectativa do Boletim Focus, que sai toda segunda-feira, é que a Selic termine 2023 a 12,25% ao ano. Segundo ele, a queda não seria significativa frente à inflação, que também está caindo. “O que importa não são só os juros, porque a inflação não pode estar mais alta ainda, senão o juro real seria negativo ou muito baixo”, diz. 


“Mesmo com os juros caindo, eles se mantêm atrativos, porque o patamar da Selic é bem alto hoje, e a inflação também está caindo. Então [esse cenário de juros] se mantém quase que inalterado, na minha opinião”.


RODRIGO COHEN, ANALISTA CNPI E CO-FUNDADOR DA ESCOLA DE INVESTIMENTOS, EMPRESA DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA.

O especialista acrescenta que investimentos como o Tesouro IPCA+, CRI e CRA (certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio), e debêntures são boas opções para o segundo semestre de 2023, e vale a pena continuar apostando, com certeza, como critério de diversificação de carteira.


Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa para investidores, também argumenta que o investidor não deve ser guiado apenas pelo nível da taxa de juros. Segundo ele, independentemente disso, o que deve direcionar a decisão é a expectativa sobre o que vai acontecer com essa taxa. 


“Para uma Selic a 13,75% ao ano, se a expectativa é de queda, é mais vantajoso estar em ativos pré-fixados. Se a expectativa é de alta, é mais vantajoso estar em ativos pós-fixados. Hoje há um cenário de queda, sendo que boa parte desse movimento já está refletido no preço dos títulos, porque o mercado antecipa a queda antes que ela aconteça”.


RICARDO JORGE, ESPECIALISTA EM RENDA FIXA E SÓCIO DA QUANTZED.

Segundo ele, o mercado já viu um movimento bem significativo de queda das taxas futuras, e quem conseguiu pegar ativos pré-fixados há dois ou três meses, aproximadamente, já conseguiu acumular um bom retorno. “Acho que ainda há espaço para pré-fixados, mas o potencial de ganho hoje é menor que há três meses”, defende Jorge.


Ricardo também acredita que ainda há algum prêmio a ser capturado em ativos pré-fixados. De acordo com ele, faz sentido ainda ter na carteira, “mas hoje, não é mais tão atrativo, não tem tanto potencial de ganho de maneira mais rápida, como há algum tempo atrás”. 


De qualquer maneira, o especialista acha que um juro nominal perto de 11% é excelente e deve ser considerado em ter na carteira. Para ele, a recomendação é sempre fazer um planejamento para carregar o título até o vencimento.


Matheus Sanches, sócio e analista da Ticker Research, concorda com a exposição em renda fixa para diversificação de carteira. “Mesmo um investidor agressivo precisa ter ao menos uma parcela do seu portfólio atrelado à renda fixa”, defende Jorge. 


De acordo com ele, independentemente da queda esperada para a Selic, o nível de rentabilidade real da renda fixa brasileira vai continuar acima da média global. Em seu entendimento, a renda fixa continuará atrativa em âmbito comparativo também.


“Investimentos em renda fixa ainda serão boas opções para o segundo semestre de 2023, visto que ainda teremos uma das rentabilidades reais mais altas do mundo na renda fixa”.


RICARDO JORGE, ESPECIALISTA EM RENDA FIXA E SÓCIO DA QUANTZED.

Confira um pouco mais sobre como funcionam investimentos citados pelos especialistas:


Tesouro Direto: Tesouro IPCA +

O Tesouro IPCA+ é um título público que possui garantia do governo federal, disponibilizado pelo Tesouro Nacional, por meio do programa Tesouro Direto, que está atrelado à inflação.


Basicamente, ao comprar este título, você empresta dinheiro ao governo, que o devolve corrigido pela inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), e por uma outra taxa, que é pré-fixada.


Segundo Ricardo Jorge, com relação aos títulos indexados ao IPCA, boa parte do prêmio já foi captado pelo mercado e, hoje, inclusive, o carrego da NTN-B (Tesouro IPCA+) está rodando abaixo do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), indexador que acompanha a Selic. No entanto, ele cita que ainda há valores a serem captados nesse tipo de investimento. 


“As NTNBs que mais têm chances até de apresentar melhores retornos são as mais arriscadas, as mais longas, com vencimento em 2035 ou 2040. Recomendo um pouco mais de cautela nesses ativos, porque como são mais distantes, caso o mercado vá contra, o investidor se vê obrigado a ficar com esse dinheiro parado por um período muito longo”.


RICARDO JORGE, ESPECIALISTA EM RENDA FIXA E SÓCIO DA QUANTZED.

“Na curva de IPCA, também há algum prêmio ainda a ser capturado. Não será tanto quanto vimos nos últimos meses, mas se esse investidor tem a mentalidade de direcionar a parte do portfólio para se proteger da inflação, pelo menos parcialmente, faz sentido ter alguma posição de NTN-B, mas também com a mesma ‘cabeça’ de carregar para o vencimento”, finaliza.


Títulos de crédito privado

Segundo Jorge, o mercado de crédito privado tem melhorado paulatinamente após a crise no início do ano. Depois do caso Americanas, o mercado ficou muito conturbado, a liquidez diminuiu, o que prejudicou quem já tinha posição, mas acabou abrindo novas oportunidades para quem, eventualmente, tem interesse em fazer novas alocações. 


O especialista diz que hoje ainda existem várias opções boas no mercado, com boas taxas. “O mercado de crédito privado requer uma atenção maior, então eu recomendo que o investidor pesquise e consulte o seu assessor de investimentos para tentar avaliar quais são as melhores opções, principalmente em um cenário ainda conturbado. Mas é bem verdade que a poeira já está baixando”, opina. 


Certificado de Recebível Imobiliário (CRI)

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) possuem a mesma lógica no crédito privado, mas são voltados para o mercado de imóveis, como o nome diz. Basicamente, esses títulos possuem como objetivo “financiar” seus setores correspondentes. Eles são “partes da dívida” que, emitidos pela empresa securitizadora, poderão ser compradas pelo investidore.


Dessa maneira, esses títulos são utilizados para antecipar os recebíveis de determinada empresa. Um ponto positivo é que esse tipo de investimento possui isenção de Imposto de Renda para pessoa física.Ou seja, não é preciso pagar o imposto sobre a rentabilidade obtida.


Segundo Sanches, “fazendo uma boa análise de crédito nos títulos privados, o investimento desse tipo de ativo ainda fará sentido, dado que, mesmo com a queda esperada para a Selic, ainda teremos uma das rentabilidades reais mais altas do mundo na renda fixa”.


Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRA)

Os Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs) são títulos de renda fixa lastreados em recebíveis originados de negócios entre produtores rurais, e seguem a mesma lógica dos CRAs. Ou seja, de maneira simplória, esses ativos emitidos por empresas securitizadoras são títulos de dívida cuja lógica é o ‘empréstimo’ relacionado ao setor do agronegócio.


Debêntures

Debênture é o nome dado aos títulos de dívida emitidos por empresas (com exceção das instituições financeiras) que dão ao investidor o direito de crédito, ou seja, de receber “uma remuneração do emissor (geralmente juros) e periodicamente ou quando do vencimento do título receberá de volta o valor investido (principal)”, diz a B3.


Dessa forma, a empresa utiliza esse título para captar recursos, com a promessa de remuneração aos investidores detentores das debêntures. O investidor empresta dinheiro à companhia emissora e recebe o valor investido, mais juros por isso.


De acordo com Jorge, de maneira geral, a liquidez tem melhorado e até as taxas também têm apresentado algum tipo de arrefecimento, mas agora, mais do que nunca, é muito importante fazer uma boa avaliação, pegar debêntures de boas empresas e, obviamente, daquelas que oferecem algum tipo de benefício tributário, como as incentivadas. 


“Faz sentido ter uma parcela do portfólio em debêntures, principalmente de empresas de grande porte, empresas que têm um boa governança, que não têm histórico de problema institucional. E a mesma coisa, esse é o perfil para carregar até o vencimento. É claro que toda essa minha indicação de carregar pra vencimento é no pior cenário”, argumenta. 


RICARDO JORGE, ESPECIALISTA EM RENDA FIXA E SÓCIO DA QUANTZED.

Segundo ele, o melhor cenário é que os investidores possam vender antecipadamente e pegar uma “taxa mais gorda” por conta de um eventual movimento do mercado. Mas caso o cenário vá contra o esperado, “há uma taxa de juros garantida a ser recebida por esse investimento, mas para que isso aconteça, precisa carregar até o vencimento”. 


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